Imilla Skate: as skatistas de saias da Bolívia

Skatistas de saias do Imilla Skate

Em Cochabamba, na Bolívia, surgiu o movimento Imilla Skate. Imilla quer dizer garota nos idiomas quéchua e aymará, os mais falados pelos povos originários do país. Com o tempo, virou palavra discriminatória, que só designava as garotas de origem indígena. Pois agora, as Imilla Skaters a usam com orgulho. E agregam a sua indumentária as famosas “polleras”, saias que suas ancestrais sempre usaram como uma espécie de marca registrada. As skatistas de saias da Bolívia vêm conseguindo marcar posição não só no esporte e na afirmação feminina, como também em defesa da cultura de seus antepessados.

O movimento Imilla Skate tem um perfil no Instagram em que mostram a trajetória do movimento, desde que começou, em Cochabamba, há três anos. “Mujeres skaters bolivianas unidas para fomentar el deporte extremo femenino”, é como as garotas se apresentam na rede social. Vale a pena conhecer o perfil e ler as várias histórias dessas meninas ou assistir aos vídeos bem reais delas se aventurando nas pistas.

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Imilla Skate, as origens

O site da National Geographic resgata as origens das “polleras”: Segundo texto publicado em fevereiro, essas saias remontam à conquista espanhola no século XVI. “Originalmente impostas pelos governantes coloniais como forma de identificar facilmente a população nativa e também adequar o traje ao que estava sendo usado na Espanha pelos mais pobres, as saias acabaram sendo adaptadas como parte do traje tradicional andino, mais comumente associado a cholas. Mulheres indígenas das terras altas. Assim como seus ancestrais deram às saias sua própria identidade, misturando-as com blusas estampadas, joias locais e chapéus, as imillas do skate estão fazendo suas próprias modificações na roupa – e tentando remover um estigma”, diz o texto.

Mas não é só. A agência argentina Télam trouxe no dia 26 de fevereiro uma reportagem em que mostra o orgulho das meninas skatistas pelo uso das saias no esporte. ” A ‘pollera’ é empoderamento”, disse a skatista Maria Belén Fajardo à agência. “Surgimos como o primeiro grupo boliviano de mulheres que motiva as meninas a praticar este esporte”, disse à Télam Elinor Boitrago, outra integrante do grupo. “Aqui em Cochabamba a mulher de ‘pollera’ representa a luta e a cultura”, completou.

Veja um dos vídeos do grupo

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