Na Patagônia Verde chilena, junto ao fiorde de Reloncavi, a uma hora de viagem de carro de Puerto Montt, existe um pequeno paraíso: as Termas del Sol. Em meio à mata e com o Vulcão Yates logo acima, 10 piscinas de águas termais naturais, com diferentes temperaturas, recebem os visitantes num espaço meio de sonho totalmente integrado à paisagem local. Estive lá dias atrás, sem muita informação prévia, e vivi uma experiência muito diferente do que já tinha vivido em banhos de águas quentes.
Começo pela arquitetura e paisagismo do local: as piscinas são de pedra, a água não passa por qualquer tratamento. Vem quente de uma fonte vulcânica e controlada naturalmente, em reaquecimento, enche as piscinas com temperaturas que variam de 35 a 45 graus celsius. Há um piscina com água a 23 graus para uso após os banhos quentes. Na pedra escura, essa água não tem qalquer semelhança com a encontrada em termas de resorts com piscinas de água tratada, azul clara. Fica tudo da cor do mato em volta.
Para caminhar entre as piscinas em Termas del Sol, há um conjunto de passarelas de madeira preta, o que no calor fica até um pouco desconfortável para quem está descalço. Mas no conjunto da paisagem, fica tudo muito suave e bonito. Uma construção discreta, também com base em madeira, abriga os vestiários confortáveis, os banheiros e uma cafeteria com produtos de qualidade e opções vegetarianas e veganas, e um serviço de primeira. E mais não tem. Não tem lojinha, não tem jogos nas piscinas, não tem barulho, mesmo com muitas crianças presentes. O mato abafa as conversas e deixa ouvir o canto dos passarinhos, que são muitos.
A água das Termas del Sol vem do Vulcão Yates e, segundo a empresa que explora o local, é cloro-sódica, com alta concentração de minerais com efeitos positivos para o corpo. Na chegada ao espaço, há ainda a opção de banho de lama no próprio local onde passa um córrego, em meio à vegetação do banhado. Tudo muito natureza mesmo. Os visitantes se cobrem de barro e tomam banho num chuveiro logo ao lado.
Fiz o passeio por meio de uma agência de turismo de Puerto Varas, a Aventour, que também me levou a outros locais da região. Paguei 65 mil pesos chilenos (R$ 345 reais) com o transporte e o ingresso às termas incluídos. Esse passeio ainda tinha como bônus um trajeto pela Carretera Austral e um “cruce” no fiorde em ferryboat, numa viagem linda que ainda incluiu parada na charmosa cidade de Cochamó no fim do dia. E ainda rendeu o privilégio de ver criações de salmão e mexilhões ao longo desse braço de mar do Oceano Pacífico que forma o fiorde de Reloncavi.
Sobre a água: achei excelente, mas não fui além dos 42 graus e também não entre na pisicina de 23 graus depois, como recomendam. Aliás, a piscina dos 45 graus estava sempre vazia, quem ia até lá logo dava meia volta. Fui num dia quente. Me sugeriram voltar no inverno. Acho que será bom também.
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