Plaza de Toros: antes, as touradas; agora, um centro cultural no Uruguai

Plaza de Toros de San Carlos

A Plaza de Toros Real de San Carlos, em Colônia del Sacramento, no Uruguai, foi reaberta há pouco mais de um ano como um centro cultural e turístico. 111 anos depois de sua construção, a arena onde no passado aconteciam touradas, renasceu e passou a abriga um complexo com com programação de eventos artísticos e esportivos para moradores e turistas. Colônia del Sacramento, às margens do Rio da Prata, é uma cidade que foi colonizada por espanhóis e portugueses no final do século XVII. Sua Plaza de Toros foi construída em 1910 , com um estádio para touradas, um frontão de bola basca, um hotel e um cassino. As informações são do órgão oficial de turismo do Uruguai.

Desde dezembro de 2021, é possível fazer uma viagem no tempo visitando a renovada Plaza de Toros, que agora conta com um museu, uma loja de souvenires, espaço para cafeteria e restaurante, vinícolas locais e um centro de convenções. É acessível para pessoas com deficiência e tem dois elevadores panorâmicos. Guias locais oferecem um tour que conta a história da praça e arredores, a restauração, além de um passeio pela arena e arquibancadas.

A reforma da Plaza de Toros levou dois anos sob a responsabilidade do arquiteto Walter Debenedetti, e exigiu US$ 8 milhões do Banco Interamericano de Desenvolvimento, Fundo de Desenvolvimento do Interior e Administração Departamental de Colônia. Foi possível reabilitar aproximadamente 40% do local. O restante foi consolidado como ruína, ou seja, o processo de colapso foi interrompido e sua aparência original foi mantida.

HISTÓRIA DA PLAZA DE TOROS REAL DE SAN CARLOS

Esta colossal construção, além de bela, tem grande valor histórico para a cidade de Colônia del Sacramento. Foi inaugurada em 9 de janeiro de 1910 pelo empresário argentino Nicolás Mihanovich, que sonhava em transformar Colônia em um centro de lazer regional construindo um grande complexo com praça de touros com capacidade para 8 mil espectadores. Batizada em homenagem ao rei espanhol da época, Carlos III, da família Bourbon, a praça tornou-se um testemunho da presença espanhola.

Naquela época, 8 mil habitantes viviam em Colônia. A usina construída junto com o empreendimento, além de alimentar o complexo, fornecia eletricidade para toda a cidade. A estrutura metálica foi importada da Europa. O apoio dessa estrutura em alvenaria de tijolos foi considerado um grande avanço para a época.

Mihanovich trouxe seu navio “El Vapor de la Carrera” carregado de turistas argentinos para a inauguração. Eles desceram no porto Real de San Carlos, e depois foram transferidos de trem para o hotel-cassino (hoje Universidad de la Empresa), antes de assistir às touradas.

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32 TOURADAS

Porém, as touradas foram proibidas por resolução oficial em 1912. Desde então, o local ficou abandonado. Ali foram realizadas apenas 32 touradas, mas nunca se matou um touro nesta praça, pois esta prática era proibida desde 1890. No entanto, foram permitidas as “feiras de Sevilha”, em que o animal era protegido. O seu anel de 50 metros de diâmetro testemunhou a presença do toureiro Ricardo Torres Reina, apelidado de “Bombita Torres”, reconhecido como o melhor toureiro do mundo na época.

Em 1923, o Estado argentino estabeleceu um imposto de 10 mil pesos sobre cada navio que partisse do porto de Buenos Aires para um destino de menos de 80 quilômetros e que tocasse em portos onde houvesse cassinos. Assim, veio a decadência absoluta de todo o complexo, que se sustentava então com o cassino.

dados úteis

Horário: quarta a domingo das 11h00 às 20h00, com a última saída da visita guiada às 18h30.

Ingressos: $ 150, adquiridos na própria bilheteria ou através da Ticket Antel.

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