Com um grupo de amigos, me aventurei pelas estradas do Paraná no fim de semana esticado e fui até Barracão (PR)/Dionísio Cerqueira (SC)/Bernardo de Yrigoyen (Argentina). Já tinha estado lá antes da pandemia, mas não tinha muita certeza do que nos esperava agora nesta fase pós-abertura. Mas, tirando o excelente restaurante La Forchetta, já do lado argentino, que fechou, o resto estava tudo igual: lojas de vinhos com rótulos maravilhosos a preços excelentes. Com câmbio a nosso favor (28 pesos por um real), e descontos progressivos, fica tudo melhor ainda. Comprar vinhos na fronteira argentina ainda é um bom programa.
Claro que há o problema da cota da Receita Federal: cada pessoa pode comprar 12 litros de bebida, o que dá 16 garrafas de 750 ml. Fora disso, ou declara e paga o imposto, ou é descaminho, passível de apreensão, multa, processo ou seja lá o que for. Tem quem arrisque. Mas nós, em três carros com três pessoas em cada um deles, tínhamos uma cota excelente.
Além disso, vale o passeio. Como já estávamos numa fazenda na região sul do estado, fizemos um caminho passando sobre duas barragens de hidrelétricas da Copel – a de Foz do Areia e a de Segredo. E dá-lhe caminhos com muita lavoura, muitas paisagens bonitas e algumas cidades a serem cruzadas.
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Barracão e Dionísio Cerqueira: onde ficar para comprar vinhos na fronteira argentina
Há poucas opções de hotel na região da fronteira. Pela segunda vez fiquei no Hotel Iguaçu, localizado a umas três quadras das aduanas brasileira e argentina. O hotel não é luxuoso, mas é muito limpo e bem atendido. As diárias variaram em torno de 230 e 300 reais por casal, fazendo a reserva diretamente com o hotel. Tem um restaurante que, além do café da manhã, serve almoço e jantar. Lá jantamos depois da primeira incursão de compras no lado argentino.
O pessoal do hotel, super gentil, nos permitiu tomar os “nossos vinhos” (os Rutini, El Porvenir, Luigi Bosca e outros que compramos ao chegar) sem cobrança de rolha. O sonho de todo apreciador de vinhos: beber o melhor sem ser assaltado na carta de vinho de qualquer restaurante. Comemos bem e bebemos melhor ainda.
Há outro hotel, o Franco, mais novo e um pouco mais caro, pois é quatro estrelas. Mas este estava lotado.
Compras do lado de lá
Há duas ou três lojas grandes de vinhos, mas há também muitas lojas menores, que valem a pena ser vistas. Desta vez, como estávamos em um grupo maior, optamos por centralizar as compras na Vinoteca Casagrande, que fica de frente para o parque e o lago que dividem a cidade argentina e Dionísio Cerqueira.
Além dos rótulos mais conhecidos, os vendedores da vinoteca apresentam muitas novidades. Assim, se alguém, como eu, vai pensando “vou comprar só o Laborum Torrontés da El Porvenir”, pode ir preparado para mudar de ideia. É tanta oferta, que a gente até se perde um pouco. Mas nada que o pessoal não resolva.
A loja tem também outros produtos argentinos muito procurados: azeites, azeitonas, chocolates, alfajores, geleias, doce de leite, biscoitos, queijos, salames. Comida, enfim. Tudo vale a pena comprar, tanto pela qualidade como pelo preço.
Ah, e antes de deixar a Argentina, não esqueça de abastecer seu carro. A gasolina lá, pura, que rende mais, estava custando R$ 4,75 a comum ou RS$ 5,10 a super. Só tome cuidado que o frentista pode não se preocupar se seu carro é a gasolina e você estiver junto à bomba do diesel…(pequenos perrengues de viagem).
A volta: fuja da estrada BR-163, no oeste catarinense
Nosso grupo queria aproveitar que estava lá por perto e ir fazer compras na Gran Mestri, loja da fábrica de queijos finos em Guaraciaba, Santa Catarina, na volta. A BR-163, naquele trecho entre Dionísio Cerqueira e São Miguel do Oeste, está em situação muito precária. Buracos e mais buracos, asfalto que quase desaparece, e obras que deixam tudo ainda mais confuso. E o movimento de caminhões ali é impiedoso. Se for, vá com muita calma. Mas eu não voltaria tão cedo a transitar por ali. Os queijos da Gran Mestri são excelentes, mas tem que haver um jeito melhor de poder comprá-los.
Excelente matéria, dicas ótimas e uma bela sugestão de passeio. Gostei muito
Aproveite!!!!
Muito bom. Roteiro perfeito e ótimas dicas. Estrada, amigos e vinhos! Excelente
Recomendamos!
Ótima matéria, informativa e gostosa de ler. Que beleza de viagem!
Que bom que gostou!
Acho que vou me aventurar por esses caminhos do Sul. Belo relato.
Vale a pena!
Vale!
Há alguma restrição sanitária em vigência ainda? Ex: Teste PCR para covid?
Não há mais necessidade de teste. Só uso de máscara.
O pagamento das compras foi em real?
Foi, sim. Eles aceitam inclusive PIX
Dá uma palhinha dos preços dos vinhos!
Estamos indo pra lá no final de agosto, começo de setembro, alguma outra dica?
Parabéns pela matéria!
Como a inflação lá está beeeeem alta, difícil dizer quanto estarão os vinhos quando você for. Mas no Facebook da Vinoteca Casagrande voc~e por ir vendo preços atualizados em pesos argentinos: https://www.facebook.com/vinotecacasagrande
Ótimas dicas!
Enfrentaram filas na aduana para voltar da Argentina? já li que pode ser demorado…
Como a Casagrande é bem junto da fronteira, acha melhor deixar o carro no Brasil e atravessar a pé?
Obrigado!
Zero fila. E, sim, dá pra passar a pé com as compras e colocar no carro do lado brasileiro.
excelente dicas. Estou indo com família dia 27/12, pensamos em deixar o carro do lado do Brasil e vista a pé as adegas. Porém chegaram ir a algum Super Mercado pra ver se compensa a diferenças nos preços?? Outra coisa, o retorno a pé com os vinhos, será que os funcionários ajudam a atravessar. Obrigado.
Olá, que bom que gostou. Fui a supermercado também, mas o preço dos vinhos e a variedade eram melhores nas lojas especializadas. O melhor mesmo é deixar o carro do lado brasileiro. Os funcionários ajudam sim a levar as compras até o carro dos clientes do outro lado.