As fronteiras do Brasil com os países vizinhos, fechadas desde março, ainda não não têm prazo para reabrir. Um jantar e um vinho do outro lado? Nem pensar
Saudade do formigueiro humano entre Foz do Iguaçu e Ciudad del Este? Nós também. Na Ponte da Amizade, que leva ao Paraguai, só passam caminhões de carga. Igualmente na Ponte Tancredo Neves, que liga Foz à vizinha puerto Iguazu. Por enquanto, nenhum dos governos fez menção de alterar esse quadro: as fronteiras estão fechadas e assim vão permanecer por um tempo.
OK, de Foz do Iguaçu para Paraguai e Argentina é preciso cruzar pontes sobre rios imensos, o Paraná e o Iguaçu. Mas e as fronteiras terrestres, como Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, com o Paraguai, ou Santana do Livramento, no Rio Grande do Sul, com o Uruguai? Essas fronteiras são marcadas pela existência de uma rua ou avenida em comum. O controle fica praticamente impossível. O comércio de Rivera, no Uruguai, por exemplo, aos poucos vai sendo retomado. Os serviços de restaurantes e bares, da mesma forma.
O grande problema é saber quantos desses aprazíveis restaurantes das nossas fronteiras irão aguentar sem público esse tempo todo? Talvez, quando as coisas forem retomadas, muitos deles já não existam mais. E com o dólar tão caro, muita gente vai pensar duas vezes antes de cruzar uma ponte para um jantar do outro lado. Saudade dos meus vizinhos.
Martha Feldens