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Comida halal

Existe uma recomendação religiosa direcionada aos muçulmanos – uma população de 1,9 bilhão de pessoas em todo o mundo – para que consumam produtos e serviços Halal, ou seja, permitidos do ponto de vista religioso. No caso de um alimento, por exemplo, ele é considerado Halal quando se comprova, por meio de testes laboratoriais e inspeções rigorosas, que em todo o seu processo produtivo, contou com matérias-primas, processos, mão de obra e embalagens que não trazem qualquer prejuízo à saúde e à segurança das pessoas. As informações são da assessoria de imprensa da FAMBRAS (Federação das Associações Muçulmanas do Brasil).

Para que o consumidor saiba que o produto que ele consome é Halal, é preciso que conste um selo em sua embalagem, obtido após um processo de certificação. “Primeiramente, a indústria passa por um processo de avaliação documental, seguido por auditorias e ensaios laboratoriais. Durante estes três processos, são verificadas as matérias-primas utilizadas na fabricação do produto e sua produção”, explica Mohamed Zoghbi, presidente da FAMBRAS Halal – a primeira certificadora Halal do Brasil, em atividade desde 1979.

Algumas matérias-primas e insumos não são permitidos pela lei islâmica como, por exemplo, os derivados do porco. Também não pode receber o certificado um produto que afeta a saúde humana, prejudica o solo e compromete os recursos naturais, ou que utiliza, por exemplo, mão de obra escrava ou infantil em seu processamento.

“Além disso, os auditores verificam se todas as informações foram passadas de forma transparente, se a conduta comercial da empresa é correta e justa em suas negociações e, caso o produto envolva o uso de proteína animal, também o abate precisa seguir procedimentos específicos”, completa Zoghbi. “É igualmente importante, para obter a certificação Halal, o fato da empresa destinar parte de seus lucros para promover benefícios sociais e ao meio ambiente”.

Passadas estas etapas, um Comitê de Certificação avalia todas as informações coletadas e as analisa com bastante rigor. Servem de base, além da legislação nacional, as principais normas nacionais e internacionais referentes ao Halal e segurança de produto. Só após a aprovação do Comitê é que o certificado é emitido.

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Mercado Halal: trilionário e interessado em ampliar as relações com o Brasil

De acordo com o relatório State of Global Islamic Economy de 2022, o mercado Halal movimenta US$ 2 trilhões – o que inclui não só produtos, mas também serviços, como o turismo Halal. “E podemos afirmar, sem medo de errar, que o mercado Halal segue em franco crescimento. Um dos motivos é demográfico: muçulmanos estão crescendo duas vezes mais rápido que os não muçulmanos. A estimativa é que, em 2030, sejam 2 bilhões e, em 2060, 3 bilhões, ou seja, 30% da população mundial”, destaca o presidente da FAMBRAS Halal.

Outro fator é o crescimento dos países da OIC, a Organização para a Cooperação Islâmica. Com base no último FMI PIB, a projeção da taxa de crescimento anual desses países, entre 2020 e 2026, é de 7%. A média global para o mesmo período é de 6,4%.

O Brasil é um dos maiores fornecedores Halal do mundo – é o maior exportador mundial de carne de frango Halal, segmento que lidera há mais de uma década, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Em 2022, exportou um total de 1,983 milhão de toneladas para o mercado islâmico, volume 3,6%% maior que em 2021, com 1,915 milhão de toneladas. Em receita, foram US$ 3,869 bilhões, resultado 29,1% maior em relação a 2021, quando movimentou US$ 2,997 bilhões.

“Há muitos outros produtos brasileiros com certificação Halal que fazem sucesso no mercado islâmico. Mas devido à qualidade e o potencial dos produtores de alimentos do Brasil, sobretudo do agronegócio, não tenho dúvidas de que este comércio pode ampliar significativamente”, avalia Zoghbi. “O primeiro passo é conhecer mais sobre o Halal e as particularidades deste mercado, o que ajudaremos a fazer, em parceria com a CNA, com o curso “O Mundo Islâmico”.

Curso gratuito com aulas on-line e ao vivo ensina o que é, as particularidades e o potencial do mercado Halal

A quarta edição do curso on-line “O Mundo Islâmico” terá início no dia 17 de agosto – as demais aulas serão nos dias 24, 31 e 6 de setembro”. O tema será “Brasil e o Mundo Islâmico – Parceria comercial com expectativa de crescimento”.

Ao longo dos quatro módulos, compostos por 12 aulas, especialistas e profissionais renomados dos setores público e privado abordarão assuntos como particularidades do consumidor muçulmano, desafios e oportunidades de mercado, a certificação Halal e logística.

As aulas acontecerão sempre das 9h às 11h15. As palestras serão ao vivo por meio da plataforma virtual Zoom. Ao final, os participantes que tiverem 75% de presença na plataforma virtual do curso receberão um certificado expedido pela Academia Halal do Brasil.

A iniciativa da FAMBRAS Halal e da CNA tem apoio da Academia Halal do Brasil, Câmara de Comércio Árabe-Brasileira (CCAB), Conselho dos Embaixadores Árabes no Brasil, Instituto Brasil Logística e Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Relações Empresariais Internacionais (Ibrei).

As inscrições gratuitas podem ser efetuadas no site https://cnabrasil.org.br/eventos/curso-mundo-islamico-2023 .

Sobre a FAMBRAS

Fundada em 1979, a Federação das Associações Muçulmanas do Brasil – FAMBRAS é uma referência em se tratando do Islam no Brasil – uma religião que conta com 1,9 bilhão de fiéis no mundo de acordo com dados do Instituto Pew Research Center.

A FAMBRAS atua nos âmbitos religioso, social, cultural, econômico e diplomático por meio de projetos educacionais, culturais e assistenciais – tanto em benefício dos muçulmanos como de pessoas em situação de vulnerabilidade social. Outra missão é combater o preconceito aos muçulmanos por meio da informação.

Já a FAMBRAS Halal é a primeira instituição certificadora Halal do Brasil. É líder de mercado e realiza auditorias, abate, inspeção, supervisão de produtos e implantação do Sistema de Garantia Halal junto a indústrias e frigoríficos interessados em comercializar seus produtos especialmente para os países islâmicos.

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