Queijo mineiro como patrimônio da Unesco ? Começou nesta semana um passo importante para o reconhecimento do Modo de Fazer do Queijo Minas Artesanal: a apresentação da candidatura a patrimônio cultural imaterial da humanidade no Comitê Intergovernamental para Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial da Unesco, ocorre até o dia 2 de dezembro, em Rabat, Marrocos.
Liderado pelo Governo de Minas, com apoio de associações de produtores e do Iphan, e realização do Centro de Referência do Queijo Artesanal – MG (CRQA), o comitê brasileiro preparou uma série de atividades para demonstrar a importância e riqueza cultural e gastronômica dessa iguaria. “O processo da candidatura a patrimônio é longo e só começa oficialmente em 2023, mas a Unesco abre a possibilidade de, um ano antes, os proponentes realizarem atividades de sensibilização. E trouxemos várias”, conta a diretora Executiva do CRQA, Sarah Rocha.
A convite do Governo de Minas, por meio da Secretaria de Cultura e Turismo de Minas Gerais, o CRQA preparou uma série de ações para apresentar a riqueza da nossa cultura queijeira para a comunidade internacional. No espaço “Flavors from Brazil” (Sabores do Brasil), o participante no encontro da Unesco poderá visitar uma exposição imersiva que apresenta as histórias e o modo de vida dos produtores, além do modo de fazer do nosso queijo. Com produção do estúdio Deeplab Project, um cubo de espelhos foi montado com projeções 360º de cenas gravadas em Minas Gerais, para que o público possa entrar e se sentir verdadeiramente no estado brasileiro.
A experiência fica ainda mais completa com os aromas e sabores dos queijos, pratos e iguarias do estado, em uma degustação assinada pela chef Bruna Martins, à frente dos restaurantes Birosca e Florestal, em Belo Horizonte. “Historicamente, são as mulheres que comandam as cozinhas nas casas mineiras, então convidamos uma grande representante dessa cozinha feminina no estado, a chef Bruna Martins. Ela tem desenvolvido um trabalho importante na difusão da nossa gastronomia mineira contemporânea em que, assim como no caso dos queijos artesanais, a tradição e inovação se misturam e complementam”, explica Sarah.
O cardápio foi desenvolvido com os queijos de 27 produtores de todo o estado, em parceria com a Associação Mineira dos Produtores de Queijo Artesanal (Amiqueijo). Mais de 200 peças foram enviadas para Marrocos, para serem servidas em degustações e coquetéis, e presenteadas a autoridades internacionais. “A ideia é levar para Marrocos a afetividade e receptividade tão famosas na cultura de Minas Gerais, junto da qualidade e sabor da nossa gastronomia, representada pelo queijo artesanal. Que cada visitante sinta um pouco do que é a experiência de visitar Minas, conhecer seu povo e se deliciar com a comida, e assim se tornem também defensores da nossa candidatura a patrimônio”, finaliza Sarah.
A secretária de Estado Adjunta de Cultura e Turismo, Milena Pedrosa, reforça a importância desse momento. “É uma honra estarmos aqui no Marrocos, na 17ª Reunião de Salvaguarda do Patrimônio Imaterial da Unesco. Viemos para representar os modos de fazer o queijo minas artesanal com o intuito de promover esse nosso importante patrimônio imaterial. É muito necessário que juntos possamos fortalecer nossa cultura, nossa arte e também os nossos saberes tão valorosos para Minas Gerais”, afirma.
Queijo mineiro como patrimônio da Unesco ?
Em fase final de implantação em Belo Horizonte, o Centro de Referência do Queijo Artesanal – MG Espaço 356 vai reunir uma exposição permanente sobre o Queijo Artesanal, loja colaborativa, biblioteca dedicada à Gastronomia, auditório para eventos diversos, área de convivência e sala de aula completa com cozinha didática. “Como o próprio nome diz, o Centro de Referência do Queijo Artesanal vem ser uma referência em reflexão e incentivo à Gastronomia de Minas Gerais. Estamos montando um espaço de experiência para que o visitante possa aprender e vivenciar a cultura queijeira, e, assim, conectar produtores e consumidores”, aponta a diretora.
Para embasar e nortear todas as ações e atividades, o Centro de Referência do Queijo Artesanal reuniu um comitê científico e cultural multidisciplinar, com profissionais referência em suas áreas. Participam a museóloga Célia Corsino, o antropólogo da alimentação italiano Ernesto di Renzo e o médico veterinário jurado em concursos de queijos Elmer Almeida. “Nosso comitê é a garantia de sinergia com as últimas tendências e correntes da gastronomia. É importante estar conectado com o mundo, aprender com mercados mais desenvolvidos e alçar o queijo artesanal mineiro a patamares inéditos de reconhecimento, qualidade e inovação”, completa.
O projeto físico encontra-se com as obras adiantadas, mas a credibilidade e importância do CRQA já reconhecida e apoiada pela Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, e conta com patrocínio da Gerdau, Aperam, Cedro Mineração, Instituto Unimed, Claro, Cemig, Ventana Serra e EPO; apoio da Anglo Gold Ashanti, Espaço 356, Grupo Sada e SDS Siderúrgica, além do Apoio Institucional do Sebrae.
CENTRO DE REFERÊNCIA DO QUEIJO ARTESANAL / Espaço 356 (R. Adriano Chaves e Matos, 100 – Olhos D’Água) / Instagram: @queijoecultura