Conhecer o Brasil sobre um stand up paddle

Atleta brasileira explora Amazônia para conscientizar sobre preservação

Viajar sempre é ótima opção e conhecer o Brasil sobre um stand up paddle é uma aventura. Entre 25 de setembro e 7 de outubro, a atleta paulistana Roberta Borsari fez uma viagem para explorar a Amazônia Legal sobre um stand up paddle, com os objetivos de reforçar a urgência do combate às atividades que destroem a floresta e de dar voz para aqueles que vivem nela.

“Ouvi relatos de como o desmatamento e o garimpo ilegal afetam profundamente as comunidades locais, desde encarecer o custo de vida na região e inviabilizar sua subsistência por conta dos rios poluídos pelo mercúrio até obrigá-los a deixar suas terras”, alerta Roberta.

A iniciativa de explorar a Amazônia Legal faz parte do projeto SUPtravessias, que completou 10 anos em 2021. Sua proposta é explorar ilhas ao redor do mundo pelas óticas feminina e do stand up paddle, sempre com um olhar associado à sustentabilidade, ao esporte e à importância dos oceanos para o planeta.

Pororoca no Maranhão

A viagem de Roberta contemplou duas paradas. A primeira ocorreu em São Luís, no Maranhão, onde ela encarou a pororoca. Na região, o fenômeno natural de marés formado pelo encontro das águas do rio Mearim com o oceano Atlântico gera uma grande onda ininterrupta. O nome ‘pororoca’ tem origem tupi e significa algo como ‘grande estrondo destruidor’.

“A pororoca é resultado da conexão entre o oceano, rio, marés e a mudança da lua. É a representação de como tudo em nosso planeta está interligado e de como ações pontuais têm impacto abrangente. Por isso escolhi surfar essa onda tão especial neste momento”, explica Borsari.

Roberta Borsari fez uma viagem para explorar a Amazônia Legal sobre um stand up paddle

É válido destacar que essa não foi a primeira experiência da atleta. Em 2011, ela se tornou a primeira mulher a enfrentar uma pororoca com caiaque. A aventura ocorreu no rio Araguari, no Amapá. Esse fenômeno, porém, entrou em extinção em 2015 em decorrência da construção de três hidrelétricas, da abertura de canais e da degradação causada pelo pisoteio de búfalos.

Ilhas fluviais da Amazônia

A segunda parada do projeto SUPtravessias explorou as ilhas fluviais da Amazônia, no estado do Amazonas, com remadas no rio Negro e em alguns de seus afluentes, com paradas nas comunidades locais e tribos indígenas. “Ao visitar a região é possível absorver a grandiosidade e relevância da floresta. Ela é autossuficiente para todo o ciclo de vida. Oferece do alimento ao remédio. Pude conviver com os ribeirinhos e conhecer sua extraordinária cultura e conhecimentos da mata”, comenta Roberta.

De acordo com dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), a Amazônia Legal tem 5 milhões de quilômetros quadrados e abrange 59% do território brasileiro. Se fosse um país, seria o 6º maior do mundo em extensão territorial. A região também representa 67% das florestas tropicais do planeta e 20% das águas doces.

“Remar com os botos cor de rosa e conhecer a tribo Cipiá e todo o conhecimento dos ribeirinhos foi especial. Volto cheia de histórias pra contar. Vale lembrar que, se a porcentagem de desmatamento atingir 25% do bioma, o dano à floresta será irreversível. Todos somos responsáveis pela preservação das nossas florestas e do oceano. Nossas atitudes e escolhas diárias podem, sim, resultar em algo melhor para o planeta”, conclui Roberta.

Iniciativa de explorar a Amazônia Legal faz parte do projeto SUP travessias

Sobre Roberta Borsari

Com mais de 20 anos de experiência em esportes de aventura, Roberta Borsari está entre as pioneiras no Brasil em modalidades como rafting, canoa havaiana, corredeiras, kayaksurf e stand up paddle. Sua carreira é composta por títulos, expedições, palestras, artigos e feitos nacionais e internacionais.

Ela foi tricampeã brasileira de rafting, campeã na primeira prova de canoa havaiana realizada no País, fez a primeira travessia de canoa Oc-6 do Brasil e esteve no Top 10 do kayaksurf mundial por 10 anos, entre outras realizações.

A paulistana ainda faz parte da Liga das Mulheres pelos Oceanos. Trata-se de um movimento que reúne mulheres de diferentes profissões, mas que compartilham uma conexão com os oceanos e lutam pela sua preservação.

www.suptravessias.com.br e nas redes sociais pelo perfil @robertaborsari_sup.

https://www.robertaborsari.com.br/

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *