O Centro Cultural Borges, em Buenos Aires, será reaberto neste sábado (19) depois de uma grande obra de restauração. Com entrada gratuita, o espaço reabre com doze exposições. O centro homenageia o grande escritor argentino Jorge Luís Borges e fica em plena área central da capital portenha, na rua Viamonte, 525, no prédio da Galerias Pacífico. A notícia foi veiculada pela agência argentina Télam.
O prédio tem uma história ligada às artes e à cultura: foi a sede da Asociación Estímulo de Bellas Artes, depois se tornou o primeiro local do Museu Nacional de Bellas Artes. Ali foram instaladas as oficinas dos artistas Eduardo Sívori e Ángel Della Valle. A cúpula do prédio ganhou pinturas murais de Antonio Berni, Manuel Colmeiro, Lino Enea Spilimbergo, Demetrio Urruchúa e Juan Carlos Castagnino. Elas que podem ser vistas de dentro da Galeria Pacífico.
“O fundamental é recuperar este espaço histórico como património público. Tem uma história ligada às artes plásticas: foi aqui a Academia de Belas Artes, aqui foi fundado o Museu Nacional de Belas Artes em 1886. O edifício das Galerias Pacífico, historicamente chamado de Bon Marché, foi um núcleo destacado da vida cultural argentina”, disse à agência Ezequiel Grimson, diretor do Centro Cultural Borges.
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Espaço dedicado ao escritor é o ponto alto do Centro Cultural Borges
Além de exposições de artes visuais e de artesanato, o ponto alto do espaço é a área dedicada ao escritor: no segundo andar, a partir um núcleo com biblioteca central e uma área de leitura, várias performances e interpretações são exibidas, sempre sobre aspectos da vida e obra do grande escritor argentino.
“A história cultural poderia ser pensada sem as tramas amigáveis em que se inventaram as revistas, as coleções de livros, as exposições, os concertos? Obras que surgem de uma conversa comum. Amizades que se fazem em torno de uma obra compartilhada. Pensar Borges em suas redes, entender como surge uma obra como a sua, para pensar ao mesmo tempo o singular e mesmo excepcional, e o disperso ou coletivo, mas sem cuja consistência não haveria obra”, diz o texto que acompanha a exposição dedicada a resgatar o Borges que trabalhou coletivamente, em projetos fundamentais da literatura local.O enfoque está no período entre a década de 1920 e 1945, quando “El Aleph” foi publicado.
“Confabulações. Amizade e criação em Borges” é o título da exposição de livros desenvolvida em conjunto com a Biblioteca Nacional, onde também se encontram fotografias do Museu Nacional de Belas Artes, textos, projeções, vídeos realizados pela Fundação Internacional Jorge Luis Borges e um laboratório de jogos batizado de “mesas lúcidas”.
Gifs para compartilhar nas redes
Nesta sala escura, como um mini-cinema, há pequenas mesas circulares retroiluminadas, que compõem uma oficina de animação em movimento. É um laboratório de jogos e animação, para criar gifs animados, com o celular, e com base em citações do autor. Há figuras articuladas, objetos e materiais que ajudam a realizar a tarefa. Tudo pode ser projetado na tela ou compartilhado nas redes.
“Mesas lúcidas é um laboratório público de jogos e animação onde coexistem teatro de sombras, stop motion, a combinação de experiências analógicas e tecnologias celulares, as práticas de recuperação e reutilização”, explicou à Télam Martín Zaitch, responsável pelo projeto. Ao sair, o visitante pode sentar-se para ler na Biblioteca, um recanto de estantes, poltronas e mesas que permitem mergulhar no imaginário do escritor.
O Centro Cultural Borges estará aberto de quarta a domingo das 14h às 20h, com entrada gratuita, na Viamonte 525, cidade de Buenos Aires.
Fotyo: Reprodução Instagram do Centro Cultural Borges